segunda-feira, 18 de abril de 2011

Minha Mãe 19/04/51 - 13/12/2008

Já não tinham o vigor de antes, mas nem por isso, eram menos belas. Ao contrário, cada veia saltada, cada osso, cada marca senil e até os dedos, já meio deformados, imprimiam-lhe respeito e força. Outro tipo de força.
Haviam tantas histórias naquelas mãos! Eram histórias de luta, de trabalho arduo, de quem sempre enfrentou a vida sem medo. Tambem, nem por isso, se tornaram brutas. Não, eram mãos de fada, capazez de transformar feiura em beleza, vazio em arte, sofrimento em consolo. Seriam mãos de santa? Sim, pois que cuidavam, curavam, afagavam, abençoavam...
Tão delicadas eram no carinho.
Sublimes e longilíneas, pareciam mãos de rainha! Sem dúvida nenhuma, eram mãos amigas, aquelas que acariciam, prendem, soltam, entregam, acolhem, ensinam, julgam, protegem, punem, nutrem, conduzem, aplaudem, negam, aprovam, chamam, acenam e doam... Doam-se por inteiro.
Naquelas mãos da minha mãe, eu via entrelaçadas as minhas, para sempre.

Guardo no meu coração todo amor, por ela.

Saudades

Renata